Ubatuba: Pescadores preocupados com óleo de vazamento no Rio
quarta-feira, 30 de novembro de 2011A prefeitura de guia Ubatuba está preocupada com o vazamento de óleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Existe risco do material, que começou a vazar há três semanas, chegar ao litoral paulista. Se isso acontecer, a vida marinha deve ser afetada.
O perigo silencioso pode estar se aproximando dos mares paulistas. Se o pior acontecer, Ubatuba será a primeira cidade do Estado a ser atingida pelo vazamento de óleo. “O município fica à mercê dessa situação, uma vez que nós não temos um infraestrutura para o combate de um derramamento de petróleo nessas proporções”, disse a secretário de Pesca, Valéria Zelli.
Segundo o governo do Rio, o óleo que vaza da Bacia de Campos pode alcançar a costa de Ubatuba, mas de uma forma diferente. Se o óleo chegar até o litoral norte paulista provavelmente ele não será visto na superfície.
Para especialistas o risco é a chegada das pelotas, uma forma solidificada, como se fossem bolas de piche que podem ser trazidas pela corrente marítima e acumuladas nas profundezas do mar. É um problema menor que a mancha de óleo, mas também traz danos para a vida marinha. “Essas pelotas é que podem acabar sendo ingeridas por alguns animais, podem acabar comprometendo a impermeabilização de penas de algumas espécies de aves e acaba afetando de uma forma geral a cadeia alimentar marinha que é um dos maiores problemas”, explicou a bióloga Carla Beatriz Barbosa.
Preocupação que tira o sono dos quase três mil pescadores da cidade. Ubatuba tem a terceira maior colônia pesqueira do Estado. O setor movimenta R$ 12 milhões por ano. “A nossa frota ela tem como atuação desde o Rio Grande do Sul até o Sul da Bahia, divisa ali com o Espírito Santo. Então, automaticamente já afetou a atividade pesqueira dessas áreas”, disse o presidente da Colônia de Pesca, Mauricy Romeu da Silva.
Para Ubatuba, que também vive do turismo, o impacto econômico pode ser ainda maior. “A gente fica bastante chateado, porque na realidade isso devia ser um quesito de licenciamento dessas exploradoras de petróleo. Isso é um problema da iniciativa privada que agora atinge os nossos municípios”, reiterou Valéria.
A Cetesb informou que está acompanhando os trabalhos desenvolvidos pelos órgãos ambientais do Estado do Rio de Janeiro. Caso o óleo atinja o litoral paulista, a companhia vai disponibilizar uma equipe especializada em atendimento a emergências químicas, para tomar as medidas necessárias para minimizar os eventuais impactos ambientais.
Fonte: VNews