Ubatuba: Produtores de gengibre investem no mercado interno
quinta-feira, 4 de agosto de 2011O Litoral Norte reúne belas praias, paisagens deslumbrantes e gengibre. A cidade Ubatuba é uma forte produtora dessa raiz. Foi a primeira a exportar e hoje investe no mercado brasileiro. Este período do ano é o da colheita, e nossa equipe foi conhecer o processo que vai do plantio até a fabricação de produtos, com aquele ardidinho inconfundível.
Se você conhece só aquele gengibre vendido em feiras e supermercados vai se surpreender com o tamanho dele, assim que sai da terra. Para que a raiz cresça forte é preciso cuidado por parte do agricultor. E isso começa no momento do plantio, normalmente feito entre os meses de agosto e setembro.
Quando ela aponta no solo é sinal de que precisa de mais adubo. O mato na plantação é proposital. Serve de proteção contra o sol. O período da colheita começa em julho e Ubatuba recebeu bem a plantação.
O agricultor, Amarildo Pazelli, conta por que o produto se desenvolve bem na região. “É um clima quente e umido, chove muito aqui em Ubatuba. O solo é argiloso e favorece o crescimento do gengibre”.
O trabalho requer paciência e habilidade. Quando vendido inteiro, sem quebrar, o produto tem mais valor. Por isso é preciso cuidado e atenção na hora de lavá-lo e de tirar as impurezas. Tudo é feito manualmente por agricultores como o seu Sebastião. Há vinte anos ele se dedica ao cultivo do gengibre. Ganhou até prêmio. Em 2005 foi eleito o agricultor do ano pela associação dos produtores do litoral norte. Com a experiência, descobriu técnicas para controlar pragas, sempre fugindo do uso de agrotóxicos. Uma delas é passar na folhagem uma mistura de esterco de vaca com leite.
“O bichinho vai chegar para comer a folha do gengibre e vai ter aquela gordura do leite e não estraga a folha. Não pode usar nada de veneno senão não pode fazer o doce”.
Foi a dedicação dos produtores que fez de Ubatuba uma das cidades brasileiras mais fortes em exportação de gengibre. Na década de 80, só essa propriedade mandava para a Europa, Estados Unidos e Arábia mais de 100 toneladas da raiz, a cada safra.
A empresária, Anne Kamiyama disse que o trabalho nem sempre foi assim. “Até quatro anos atrás trabalhávamos exclusivamente para a exportação. Nesse período observou-se que o gengibre estava pegando uma doença chamada fusarium, sem cura, e ao mesmo tempo o dólar baixando e o mercado interno se aquecendo. Nessa época nós fizemos a mudança para essa fase atual, onde aproveitamos todinha a gengibre para o mercado interno”.
Especialistas afirmam que o gengibre é rico, entre outras coisas, em ferro, cálcio e vitamina. Uma pesquisa da Universidade de Nagasaki, no Japão, aponta que ele atua como um bom antioxidante, antidepressivo, ajuda a prevenir gripes, resfriados, e é afrodisíaco. Com tantas funções, é cada vez mais comum encontrarmos no mercado produtos a base de gengibre.
Anne montou uma pequena cozinha industrial onde cria receitas que hoje são vendidas no litoral norte e na capital paulista. Entre elas a raiz cristalizada, em conserva, desidratada. Tem também suco, sorvete, biscoito e suspiro. Se depender da empresária e da equipe que ela coordena, em breve, vem novidade por aí. “É o bolo diferente do que nós fazemos, bem docinho e muito gostoso!”.
Fonte: VNews
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